Slide 1 de 36

🎓 Gasometria Interativa para Perfusionistas

Aprendizado Gamificado e Baseado em Evidências

© 2024 Uenderson Rocha - Todos os direitos reservados. Plataforma educacional desenvolvida com foco em excelência para perfusionistas.

Gamificação Total

Sistema de pontuação, badges e desafios para tornar o aprendizado mais envolvente e eficaz.

Baseado em Evidências

Conteúdo alinhado com Guidelines AmSECT 2023 e revisões sistemáticas recentes.

Simuladores Práticos

Ajuste FiO2, Sweep Gas e veja os resultados em tempo real, como na sala cirúrgica.

5 Casos Clínicos

Situações reais de CEC com interpretação completa e condutas do perfusionista.

Instruções: Use as setas do teclado (← →) ou os botões abaixo para navegar. Interaja com quizzes, simuladores e flip cards para ganhar pontos e desbloquear badges!
Slide 2 de 36

🎯 Objetivos de Aprendizagem

O que você vai dominar ao final desta aula

Interpretação Sistemática

Dominar os 5 passos para interpretar qualquer gasometria arterial de forma rápida e precisa.

Estratégias de pH

Entender quando usar Alfa-Stat ou pH-Stat durante CEC e suas implicações clínicas.

Ajustes em Tempo Real

Saber exatamente como ajustar FiO2, Sweep Gas e fluxo para corrigir distúrbios durante CEC.

Populações Especiais

Reconhecer as diferenças entre adultos, pediátricos e neonatos na gasometria.

Identificar Distúrbios

Diagnosticar acidoses, alcaloses, causas metabólicas e respiratórias com segurança.

Protocolos Práticos

Aplicar checklists e protocolos de troubleshooting em situações críticas.

Resultado Final

Ao completar esta aula, você estará preparado para:

  • Coletar e interpretar gasometrias durante CEC com confiança
  • Tomar decisões rápidas e seguras baseadas em evidências
  • Prevenir e corrigir complicações gasométricas
  • Otimizar a perfusão tecidual em todos os tipos de pacientes
Slide 3 de 36

🎮 Como Usar esta Plataforma

Guia completo de navegação e interação

Navegação Livre: Você pode navegar livremente entre todos os slides. Complete a avaliação final (slide 34) com 70% de acerto para desbloquear o certificado!

Navegação

Use as setas do teclado (← →) ou clique nos botões de navegação. O menu lateral permite acesso direto a qualquer slide.

Pontuação

Ganhe pontos interagindo com quizzes, simuladores e flip cards. Acompanhe sua pontuação no topo da página.

Interatividade

Flip Cards: Clique para virar
Quizzes: Selecione respostas
Simuladores: Ajuste controles
Calculadoras: Insira valores

Certificado

Complete a Avaliação Final (slide 34) com 20 questões. Acerte ≥70% para desbloquear o certificado no slide 36!

Slide 4 de 36

📚 Conceitos Básicos de Gasometria

Fundamentos essenciais para interpretação

Definição: Gasometria arterial é a análise dos gases sanguíneos (O₂ e CO₂) e do equilíbrio ácido-base, essencial para avaliar a adequação da perfusão tecidual durante CEC.

🔬 Parâmetros Essenciais

pH

Normal: 7.35 - 7.45

Medida de acidez/alcalinidade do sangue. pH < 7.35 = acidemia; pH > 7.45 = alcalemia.

PaCO₂

Normal: 35 - 45 mmHg

Pressão parcial de CO₂. Reflete ventilação alveolar. Componente respiratório do equilíbrio ácido-base.

PaO₂

Normal: 80 - 100 mmHg

Pressão parcial de O₂. Indica oxigenação arterial. Durante CEC, manter 150-250 mmHg.

HCO₃⁻

Normal: 22 - 28 mEq/L

Bicarbonato. Componente metabólico do equilíbrio ácido-base. Regulado pelos rins.

BE (Base Excess)

Normal: -2 a +2 mEq/L

Excesso ou déficit de bases. BE negativo = acidose metabólica; BE positivo = alcalose metabólica.

SaO₂

Normal: >95%

Saturação arterial de oxigênio. Porcentagem de hemoglobina ligada ao O₂.

Importância para o Perfusionista

  • Monitorar adequação da perfusão tecidual
  • Detectar e corrigir distúrbios ácido-base rapidamente
  • Ajustar parâmetros de CEC (FiO₂, Sweep Gas, fluxo)
  • Prevenir complicações neurológicas e orgânicas
  • Otimizar entrega de oxigênio aos tecidos
Slide 5 de 36

⚖️ pH e Equilíbrio Ácido-Base

Sistema tampão e regulação fisiológica

Interativo: Clique nos cards abaixo para virar e aprender mais!

Sistema Tampão Bicarbonato

Clique para descobrir a equação

Equação de Henderson-Hasselbalch

pH = 6.1 + log ([HCO₃⁻] / 0.03 × PaCO₂)

Principal sistema tampão do sangue. Relaciona pH com bicarbonato (metabólico) e CO₂ (respiratório).

Regulação Pulmonar

Clique para entender

Resposta Rápida (minutos)

Controla PaCO₂ através da ventilação

  • ↑ Ventilação → ↓ PaCO₂ → ↑ pH
  • ↓ Ventilação → ↑ PaCO₂ → ↓ pH

Durante CEC: ajustar Sweep Gas

Regulação Renal

Clique para descobrir

Resposta Lenta (horas a dias)

Controla HCO₃⁻ e excreção de H⁺

  • Reabsorve/excreta HCO₃⁻
  • Excreta H⁺ na urina
  • Gera novo HCO₃⁻

Compensação metabólica

🔄 Mecanismos de Compensação

Distúrbio Primário Alteração Inicial Compensação Tempo
Acidose Metabólica ↓ HCO₃⁻ ↑ Ventilação → ↓ PaCO₂ Minutos a horas
Alcalose Metabólica ↑ HCO₃⁻ ↓ Ventilação → ↑ PaCO₂ Minutos a horas
Acidose Respiratória ↑ PaCO₂ ↑ Reabsorção HCO₃⁻ renal 3-5 dias
Alcalose Respiratória ↓ PaCO₂ ↓ Reabsorção HCO₃⁻ renal 3-5 dias
Conceito-Chave: O corpo sempre tenta normalizar o pH através de compensação. Respiratória compensa metabólica (rápido) e metabólica compensa respiratória (lento).
Slide 6 de 36

📊 Valores de Referência

Parâmetros normais e alvos durante CEC

🎯 Valores Normais em Gasometria Arterial

Parâmetro Valor Normal Alvo durante CEC Unidade
pH7.35 - 7.457.35 - 7.45-
PaCO₂35 - 4535 - 45mmHg
PaO₂80 - 100150 - 250mmHg
HCO₃⁻22 - 2822 - 28mEq/L
BE-2 a +2-2 a +2mEq/L
SaO₂>95%>98%%
SvO₂65 - 75%>65%%
Lactato0.5 - 1.5<2mmol/L
Hematócrito38 - 48% (H)
36 - 44% (M)
20 - 30%%
Glicose70 - 100100 - 180mg/dL
Importante: Durante CEC, os alvos de PaO₂ são mais elevados (150-250 mmHg) e hematócrito mais baixo (20-30%) devido à hemodiluição.
Slide 7 de 36

🔬 Equipamentos Gasométricos

Gasômetros e coleta de amostras durante CEC

Point-of-Care Testing

Análise rápida na sala cirúrgica. Resultados em 2-3 minutos. Essencial para ajustes em tempo real durante CEC.

Coleta de Amostras

Seringas heparinizadas, eliminação de bolhas, análise imediata (< 15 min). Técnica asséptica rigorosa.

Pontos de Coleta CEC

Arterial: Pós-oxigenador
Venoso: Linha de drenagem
Cardioplegia: Linha de entrega

Frequência AmSECT 2023: Gasometria a cada 20-30 minutos ou conforme necessário durante CEC.
Slide 8 de 36

📝 5 Passos para Interpretação

Método sistemático A-I-C-A-O

1

Analisar o pH

pH < 7.35 = ACIDEMIA
pH > 7.45 = ALCALEMIA
pH 7.35-7.45 = Normal ou compensado

2

Identificar Componente

PaCO₂: Respiratório
↑ PaCO₂ = Acidose Resp.
↓ PaCO₂ = Alcalose Resp.

HCO₃⁻: Metabólico
↓ HCO₃⁻ = Acidose Met.
↑ HCO₃⁻ = Alcalose Met.

3

Avaliar Compensação

Verificar se PaCO₂ e HCO₃⁻ estão se movendo na mesma direção para normalizar pH. Usar fórmulas de compensação.

4

Calcular Anion Gap

AG = Na⁺ - (Cl⁻ + HCO₃⁻)
Normal: 8-12 mEq/L
AG elevado indica acidose metabólica (lactato, cetoacidose)

5

Avaliar Oxigenação

PaO₂, SaO₂, SvO₂
Verificar adequação de O₂ e perfusão tecidual. Lactato < 2 mmol/L.

Mnemônico: A-I-C-A-O

  • Analisar pH
  • Identificar componente primário
  • Compensar (avaliar)
  • Anion Gap
  • Oxigenação
Slide 9 de 36

❓ Quiz: Interpretação Prática

Pratique com casos clínicos reais

Instruções: Analise cada gasometria seguindo o método dos 5 passos. Clique nos cards para revelar a resposta e explicação detalhada.

📋 Casos Clínicos

🔴 Caso 1: CEC em Andamento

Paciente: Homem, 65 anos, RM

Tempo CEC: 45 minutos

Gasometria:

  • pH: 7.28
  • PaCO₂: 55 mmHg
  • PaO₂: 180 mmHg
  • HCO₃⁻: 24 mEq/L
  • BE: 0 mEq/L

Clique para ver diagnóstico

✅ Diagnóstico e Conduta

Diagnóstico: Acidose Respiratória Aguda

Análise:

  • pH ↓ (acidemia)
  • PaCO₂ ↑↑ (causa respiratória)
  • HCO₃⁻ normal (sem compensação - agudo)
  • PaO₂ adequado

Conduta CEC:

  • ✅ Aumentar Sweep Gas imediatamente
  • ✅ Verificar posicionamento da cânula arterial
  • ✅ Repetir gasometria em 5-10 minutos

🟡 Caso 2: Lactato Elevado

Paciente: Mulher, 72 anos, TVM

Tempo CEC: 90 minutos

Gasometria:

  • pH: 7.22
  • PaCO₂: 38 mmHg
  • PaO₂: 220 mmHg
  • HCO₃⁻: 15 mEq/L
  • BE: -10 mEq/L
  • Lactato: 6.5 mmol/L

Clique para ver diagnóstico

✅ Diagnóstico e Conduta

Diagnóstico: Acidose Metabólica por Hipoperfusão (Lática)

Análise:

  • pH ↓↓ (acidemia grave)
  • HCO₃⁻ ↓↓ (causa metabólica)
  • PaCO₂ normal (compensação iniciando)
  • Lactato ↑↑↑ (hipoperfusão tecidual)

Conduta URGENTE:

  • ⚠️ Aumentar fluxo de CEC
  • ⚠️ Verificar pressão de perfusão (alvo >60 mmHg)
  • ⚠️ Considerar vasopressor
  • ⚠️ Avaliar hematócrito (transfundir se <20%)
  • ⚠️ Considerar bicarbonato se pH <7.20

🔵 Caso 3: Alcalose

Paciente: Homem, 58 anos, CRM

Tempo CEC: 30 minutos

Gasometria:

  • pH: 7.52
  • PaCO₂: 28 mmHg
  • PaO₂: 245 mmHg
  • HCO₃⁻: 23 mEq/L
  • BE: +1 mEq/L

Clique para ver diagnóstico

✅ Diagnóstico e Conduta

Diagnóstico: Alcalose Respiratória

Análise:

  • pH ↑ (alcalemia)
  • PaCO₂ ↓↓ (causa respiratória)
  • HCO₃⁻ normal (sem compensação - agudo)
  • PaO₂ adequado

Conduta CEC:

  • ✅ Reduzir Sweep Gas (de 6 L/min para 3-4 L/min)
  • ✅ Evitar alcalose (↑ risco arritmias e vasoconstrição cerebral)
  • ✅ Repetir gasometria em 10 minutos

🟢 Caso 4: Distúrbio Misto

Paciente: Mulher, 48 anos, TVM + RM

Tempo CEC: 120 minutos

Gasometria:

  • pH: 7.30
  • PaCO₂: 48 mmHg
  • PaO₂: 190 mmHg
  • HCO₃⁻: 20 mEq/L
  • BE: -6 mEq/L
  • Lactato: 3.8 mmol/L

Clique para ver diagnóstico

✅ Diagnóstico e Conduta

Diagnóstico: Acidose Mista (Respiratória + Metabólica)

Análise:

  • pH ↓ (acidemia)
  • PaCO₂ ↑ (componente respiratório)
  • HCO₃⁻ ↓ (componente metabólico)
  • Lactato ↑ (hipoperfusão leve)

Conduta CEC:

  • ⚠️ PRIORIDADE 1: Aumentar Sweep Gas (corrige rapidamente)
  • ⚠️ PRIORIDADE 2: Aumentar fluxo (corrigir lactato)
  • ⚠️ Verificar pressão de perfusão
  • ⚠️ Monitorar evolução (gasometria em 10 min)

Dicas para Interpretação Rápida

  • Passo 1: Olhe o pH - Acidemia (<7.35) ou Alcalemia (>7.45)?
  • Passo 2: Identifique o componente primário - PaCO₂ ou HCO₃⁻ na direção oposta ao pH?
  • Passo 3: Há compensação? - Outro componente também alterado?
  • Passo 4: Calcule Anion Gap se acidose metabólica
  • Passo 5: Avalie oxigenação - PaO₂ e SaO₂
Slide 10 de 36

🗺️ Algoritmo de Interpretação Completo

Fluxograma sistemático para análise de gasometria

Dica: Sempre siga a ordem: pH → Componente Primário → Compensação → Anion Gap → Oxigenação

📊 Fluxograma de Decisão

PASSO 1: Avaliar pH

pH < 7.35

ACIDEMIA

pH 7.35-7.45

NORMAL

pH > 7.45

ALCALEMIA

PASSO 2: Identificar Componente Primário

Se ACIDEMIA (pH ↓):
  • PaCO₂ ↑ (>45) → Acidose Respiratória
  • HCO₃⁻ ↓ (<22) → Acidose Metabólica
  • Ambos alterados → Acidose Mista
Se ALCALEMIA (pH ↑):
  • PaCO₂ ↓ (<35) → Alcalose Respiratória
  • HCO₃⁻ ↑ (>28) → Alcalose Metabólica
  • Ambos alterados → Alcalose Mista

PASSO 3: Verificar Compensação

Distúrbio Primário Compensação Esperada Tempo
Acidose Metabólica PaCO₂ ↓ (hiperventilação) 12-24h
Alcalose Metabólica PaCO₂ ↑ (hipoventilação) 12-24h
Acidose Respiratória HCO₃⁻ ↑ (retenção renal) 3-5 dias
Alcalose Respiratória HCO₃⁻ ↓ (excreção renal) 3-5 dias

PASSO 4: Calcular Anion Gap (se acidose metabólica)

AG = Na⁺ - (Cl⁻ + HCO₃⁻)

AG Elevado (>12)
  • Lactato ↑ (mais comum em CEC)
  • Cetoacidose
  • Insuficiência renal
  • Intoxicações
AG Normal (8-12)
  • Diarreia
  • Perdas renais de HCO₃⁻
  • Acidose hiperclorêmica

PASSO 5: Avaliar Oxigenação

PaO₂ < 60 mmHg

Hipoxemia Grave

↑↑ FiO₂, verificar oxigenador

PaO₂ 60-80 mmHg

Hipoxemia Moderada

↑ FiO₂

PaO₂ 150-250 mmHg

Alvo em CEC

Manter FiO₂ atual

Lembre-se: Durante CEC, correções de pH e PaCO₂ são IMEDIATAS ajustando sweep gas. Já correções metabólicas (lactato, HCO₃⁻) levam mais tempo e requerem mudanças no fluxo, perfusão ou intervenções farmacológicas.
Slide 11 de 36

⚖️ Alfa-Stat vs pH-Stat

Estratégias de manejo do pH durante hipotermia

Contexto: Durante hipotermia em CEC, o pH do sangue aumenta (~0.015 unidades por °C) e a PaCO₂ diminui. As duas estratégias diferem em como interpretar esses valores.

🔬 Comparação Detalhada

ALFA-STAT

📊 Método

pH e PaCO₂ NÃO são corrigidos para temperatura do paciente. Valores medidos a 37°C.

✅ Vantagens

  • Mantém autorregulação cerebral
  • Melhor proteção neurológica em adultos
  • Menor vasodilatação cerebral
  • Menor risco de microembolia cerebral

🎯 Indicações

  • Adultos (maioria dos casos)
  • Hipotermia moderada (28-34°C)
  • Cirurgias de revascularização miocárdica
  • Cirurgias valvares

📈 Alvos (a 37°C)

  • pH: 7.35-7.45
  • PaCO₂: 35-45 mmHg

pH-STAT

📊 Método

pH e PaCO₂ CORRIGIDOS para temperatura real do paciente. Adiciona CO₂ durante hipotermia.

✅ Vantagens

  • Maior fluxo sanguíneo cerebral
  • Melhor resfriamento cerebral
  • Proteção neurológica em neonatos
  • Melhor para hipotermia profunda

🎯 Indicações

  • Neonatos e lactentes
  • Hipotermia profunda (<28°C)
  • Parada circulatória hipotérmica
  • Cirurgias cardíacas congênitas complexas

📈 Alvos (na temperatura real)

  • pH: 7.40 (corrigido)
  • PaCO₂: 40 mmHg (corrigido)

Evidências Científicas - AmSECT 2023

📘 Alfa-Stat em Adultos

Evidência Classe I: Estudos mostram menor incidência de eventos neurológicos (AVC, delirium) em adultos com hipotermia moderada. Mantém autorregulação cerebral intacta.

📙 pH-Stat em Neonatos

Evidência Classe I: Superior em neonatos com hipotermia profunda. Melhora resfriamento cerebral e reduz injúria neurológica em cirurgias congênitas complexas.

Importante: A escolha da estratégia deve ser definida ANTES da cirurgia em conjunto com cirurgião e anestesista. Não alterne estratégias durante o procedimento!
Slide 12 de 36

🌡️ Efeitos da Temperatura no pH

Fisiologia da hipotermia e correção de gases

Fundamento: Durante hipotermia, a solubilidade dos gases no sangue aumenta. Isso causa alterações previsíveis no pH e PaCO₂.

📊 Mudanças Fisiológicas com Temperatura

Para cada 1°C de REDUÇÃO na temperatura:

↑ 0.015
pH aumenta
Sangue fica mais alcalino
↓ 4.4%
PaCO₂ diminui
CO₂ mais solúvel
↓ 7.2%
PaO₂ diminui
O₂ mais solúvel

📈 Exemplo Prático: Hipotermia a 28°C

📊 Valores a 37°C
pH: 7.40
PaCO₂: 40 mmHg
PaO₂: 200 mmHg
❄️ Valores Reais a 28°C
pH: 7.54 (↑9°C × 0.015)
PaCO₂: 26 mmHg (↓35%)
PaO₂: 95 mmHg (↓52%)

🔧 Conduta Prática em CEC

Alfa-Stat

NÃO adiciona CO₂ durante hipotermia. Mantém valores medidos a 37°C normais. pH "real" ficará alcalótico (7.50-7.55 a 28°C).

pH-Stat

ADICIONA CO₂ ao sweep gas para manter pH 7.40 na temperatura real. Pode usar 5-8% de CO₂ durante hipotermia profunda.

Dica Prática: Na maioria dos gasômetros modernos, você pode selecionar se quer ver valores "corrigidos" ou "não corrigidos" para temperatura. Para Alfa-Stat, use valores a 37°C. Para pH-Stat, use valores corrigidos para temperatura real do paciente.
Slide 13 de 36

📈 Curva de Dissociação da Hemoglobina

Relação entre PO₂ e saturação de oxigênio

Conceito: A curva sigmoidal da hemoglobina descreve a relação entre pressão parcial de O₂ (PaO₂) e saturação de hemoglobina (SaO₂). Diversos fatores podem deslocar esta curva.

📊 Representação da Curva

📈

Curva sigmoidal: PaO₂ (eixo X) × SaO₂ (eixo Y)

🎯 Ponto P50

P50 = 27 mmHg (PaO₂ que satura 50% da Hb)

Este é o valor de referência normal. Desvios da curva alteram o P50.

🔄 Fatores que Deslocam a Curva

DESVIO PARA DIREITA
↓ Afinidade da Hb por O₂
= Facilita LIBERAÇÃO de O₂ aos tecidos ✅

Causas:

  • ↓ pH (acidose) 🔴
  • ↑ Temperatura 🌡️
  • ↑ PaCO₂
  • ↑ 2,3-DPG
Efeito Bohr: ↓pH → ↑ liberação O₂
DESVIO PARA ESQUERDA
↑ Afinidade da Hb por O₂
= DIFICULTA liberação de O₂ aos tecidos ⚠️

Causas:

  • ↑ pH (alcalose) 🔵
  • ↓ Temperatura ❄️
  • ↓ PaCO₂
  • ↓ 2,3-DPG
  • Hemoglobina fetal (HbF)
  • Carboxihemoglobina (CO)

🏥 Implicações para CEC

Hipotermia

Desvio para ESQUERDA: Hb "segura" mais O₂, dificulta liberação aos tecidos. Por isso mantemos PaO₂ mais alto (150-250 mmHg) em CEC para compensar.

Acidose

Desvio para DIREITA: Facilita liberação de O₂, mas indica problema de perfusão. Corrigir causa (↑ fluxo, ↑ pressão) é mais importante que "benefício" da curva.

Neonatos

HbF: Hemoglobina fetal tem maior afinidade por O₂ (curva à esquerda). Requer PaO₂ mais baixo (60-80 mmHg) para evitar hiperóxia e lesão pulmonar.

Ponto-Chave para Perfusionistas

Durante CEC com hipotermia + alcalose (comum em Alfa-Stat), a curva desloca para ESQUERDA. Isso justifica manter PaO₂ elevado (150-250 mmHg) para garantir oferta adequada de O₂ aos tecidos, mesmo com SaO₂ de 100%.

Atenção: SaO₂ de 100% NÃO garante oxigenação tecidual adequada! O que importa é a capacidade da hemoglobina de LIBERAR o O₂ aos tecidos (influenced pela posição da curva).
Slide 14 de 36

⚠️ Acidose Metabólica

pH ↓ | HCO₃⁻ ↓ | PaCO₂ ↓ (compensação)

Definição: Distúrbio primário com diminuição de HCO₃⁻ (< 22 mEq/L) levando a acidemia (pH < 7.35). Compensação respiratória ocorre por hiperventilação (↓ PaCO₂).

🔍 Características Gasométricas

pH < 7.35 (acidemia)
HCO₃⁻ < 22 mEq/L (componente primário)
PaCO₂ < 35 mmHg (compensação respiratória)
BE < -2 mEq/L (negativo)

🧬 Causas Principais

Acidose Lática (AG ↑)

Mais comum em CEC!
Hipoperfusão tecidual, ↓ débito cardíaco, ↓ pressão perfusão, choque. Lactato > 4 mmol/L.

Cetoacidose (AG ↑)

Diabetes descompensado, jejum prolongado, álcool. Corpos cetônicos acumulam.

Insuficiência Renal (AG ↑)

Retenção de ácidos orgânicos, fosfatos, sulfatos. Comum em pacientes com IRC pré-existente.

Diarreia (AG normal)

Perda de HCO₃⁻ pelo TGI. Acidose hiperclorêmica (Cl⁻ aumenta para compensar).

NaCl 0.9% (AG normal)

Infusão excessiva de soro fisiológico durante CEC pode causar acidose hiperclorêmica dilucional.

Intoxicações (AG ↑)

Metanol, etilenoglicol, salicilatos, metformina (raro em CEC).

🚨 Conduta em CEC

1

IDENTIFICAR A CAUSA

Calcular Anion Gap (slide 18). AG elevado = lactato (mais provável em CEC). Dosar lactato!

2

AUMENTAR PERFUSÃO (se acidose lática)

  • ↑ Fluxo de CEC (alvo: 2.4-2.8 L/min/m²)
  • ↑ Pressão de perfusão (alvo: >65 mmHg)
  • Considerar vasopressor (noradrenalina)
  • Verificar hematócrito (transfundir se <20%)
3

CONSIDERAR BICARBONATO (controverso)

Indicação: pH < 7.20 com BE < -10 mEq/L
Dose: NaHCO₃ 50-100 mEq (1-2 ampolas) em bolus lento
Risco: Hiperosmolaridade, hipernatremia, alcalose de rebote

4

MONITORAR RESPOSTA

Gasometria + lactato a cada 10-15 min. Lactato deve ↓ se perfusão melhorou. pH deve ↑ gradualmente.

Importante: NÃO trate apenas o pH! Trate a CAUSA. Bicarbonato sem corrigir perfusão é paliativo e pode piorar a hipoperfusão (↓ liberação O₂ por desvio da curva de Hb).

Compensação Respiratória

Fórmula de Winter: PaCO₂ esperado = 1.5 × HCO₃⁻ + 8 (±2)

Exemplo: Se HCO₃⁻ = 14 mEq/L → PaCO₂ esperado = 1.5×14+8 = 29 mmHg
Se PaCO₂ medido for 29±2 (27-31): compensação apropriada ✅
Se PaCO₂ > 33: há também acidose respiratória (distúrbio misto) ⚠️

Slide 15 de 36

↗️ Alcalose Metabólica

pH ↑ | HCO₃⁻ ↑ | PaCO₂ ↑ (compensação)

Definição: Distúrbio primário com aumento de HCO₃⁻ (> 28 mEq/L) levando a alcalemia (pH > 7.45). Compensação respiratória ocorre por hipoventilação (↑ PaCO₂), porém limitada pela hipóxia.

🔬 Características Gasométricas

pH > 7.45 (alcalemia)
HCO₃⁻ > 28 mEq/L (componente primário)
PaCO₂ > 45 mmHg (compensação respiratória limitada)
BE > +2 mEq/L (positivo)

🧪 Causas Principais

Diuréticos de Alça

Mais comum! Furosemida causa perda de Cl⁻, K⁺ e H⁺ pela urina. Gera alcalose hipoclorêmica e hipocalêmica.

Vômitos/SNG

Perda de HCl gástrico. Desidratação + alcalose contração. Hipocalemia concomitante.

Citrato (Transfusão)

Citrato em hemoderivados é metabolizado a HCO₃⁻. Comum após transfusão maciça em CEC.

Bicarbonato Excessivo

Administração excessiva de NaHCO₃ durante correção de acidose metabólica (alcalose de rebote).

Pós-hipercapnia

Após correção rápida de acidose respiratória crônica. HCO₃⁻ elevado compensatório persiste.

Hiperaldosteronismo

Excesso de aldosterona: retenção de Na⁺ e HCO₃⁻, perda de K⁺ e H⁺ (raro).

💊 Conduta Terapêutica

1

CORRIGIR HIPOCALEMIA (K⁺)

Fundamental! Alcalose mantém-se enquanto K⁺ baixo. Repor KCl 10-20 mEq/hora conforme necessidade. Alvo: K⁺ > 4.0 mEq/L.

2

CORRIGIR HIPOCLOREMIA (Cl⁻)

Repor Cl⁻ via KCl ou NaCl 0.9%. Alcalose hipoclorêmica responde bem a reposição de cloro.

3

SUSPENDER DIURÉTICOS

Se a causa for diurético, suspender ou reduzir dose. Considerar diurético poupador de K⁺ (espironolactona).

4

HIDRATAR (se hipovolemia)

NaCl 0.9% para corrigir alcalose de contração. Volume expande → melhora perfusão renal → excreção de HCO₃⁻.

Cuidado: Alcalose grave (pH > 7.60) pode causar arritmias, tetania (↓ Ca²⁺ ionizado), convulsões e vasoconstrição cerebral. Considerar HCl 0.1N em casos extremos (uso hospitalar restrito, UTI).

Compensação Respiratória Esperada

Fórmula: PaCO₂ esperado = 0.7 × HCO₃⁻ + 20 (±5)

Exemplo: Se HCO₃⁻ = 36 mEq/L → PaCO₂ esperado = 0.7×36+20 = 45 mmHg
Se PaCO₂ medido for 45±5 (40-50): compensação apropriada ✅
Se PaCO₂ < 40: há também alcalose respiratória (distúrbio misto) ⚠️

Nota: Compensação respiratória em alcalose metabólica é LIMITADA pela hipóxia (corpo não tolera hipoventilação excessiva).

Slide 16 de 36

🫁 Acidose Respiratória

pH ↓ | PaCO₂ ↑ | HCO₃⁻ variável (compensação lenta)

Definição: Distúrbio primário com aumento de PaCO₂ (> 45 mmHg) por hipoventilação alveolar, levando a acidemia. Durante CEC, a causa mais comum é ajuste inadequado do sweep gas.

🔬 Diferenciação: Aguda vs Crônica

⚡ AGUDA (< 24h)

pH ↓↓ (muito baixo)
PaCO₂ ↑↑ (elevado)
HCO₃⁻ Normal ou ↑ leve

Compensação: Mínima (tampões teciduais apenas). HCO₃⁻ ↑ ~1 mEq/L para cada 10 mmHg ↑ PaCO₂.

🕐 CRÔNICA (> 3-5 dias)

pH ↓ leve (compensado)
PaCO₂ ↑↑ (elevado)
HCO₃⁻ ↑↑ (compensação renal)

Compensação: Rins retêm HCO₃⁻. HCO₃⁻ ↑ ~4 mEq/L para cada 10 mmHg ↑ PaCO₂.

🔍 Causas

🏥 Durante CEC (Causas Específicas)

⚠️ Sweep Gas Inadequado

Mais comum! Fluxo muito baixo ou desligado acidentalmente. PaCO₂ aumenta rapidamente.

Falha do Oxigenador

Membrana comprometida → ↓ troca gasosa. Também causa hipoxemia concomitante.

Cânula Arterial Mal Posicionada

Recirculação → CO₂ não eliminado adequadamente.

🫁 Fora de CEC (Geral)

  • DPOC: obstrução crônica (enfisema, bronquite)
  • Depressão respiratória: opioides, anestesia
  • Fadiga muscular: miastenia, paralisia diafragma
  • Obstrução via aérea: broncoespasmo, TEP
  • Pneumotórax/hemotórax
  • Hipoventilação central: AVC, trauma

⚡ Conduta URGENTE em CEC

1

AUMENTAR SWEEP GAS IMEDIATAMENTE

Ação mais eficaz! Dobrar fluxo de sweep gas (ex: 2→4 L/min). Resposta em 1-2 minutos.

2

VERIFICAR SISTEMA

Confirmar que sweep gas está conectado e funcionando. Verificar manômetros e fluxômetros.

3

AVALIAR OXIGENADOR

Se PaCO₂ não normaliza: suspeitar de falha do oxigenador. Preparar para troca emergencial.

4

REPETIR GASOMETRIA

Controle em 5-10 minutos. PaCO₂ deve normalizar rapidamente se sweep gas adequado.

Perigo: Acidose respiratória grave (pH < 7.20, PaCO₂ > 80 mmHg) causa: narcose por CO₂, depressão miocárdica, arritmias, vasodilatação cerebral (↑ PIC), e hipercalemia. Corrija IMEDIATAMENTE!

Compensação Renal (Crônica)

Na acidose respiratória crônica (ex: DPOC), os rins compensam aumentando reabsorção de HCO₃⁻:

Fórmula: HCO₃⁻ esperado = 24 + [(PaCO₂ - 40) × 0.4]

Exemplo: Se PaCO₂ crônico = 60 mmHg → HCO₃⁻ esperado = 24 + [(60-40)×0.4] = 32 mEq/L

⚠️ Cuidado ao corrigir rapidamente! Se normalizar PaCO₂ rápido em paciente com acidose respiratória crônica compensada, o HCO₃⁻ elevado persiste → alcalose metabólica de rebote!

Slide 17 de 36

💨 Alcalose Respiratória

pH ↑ | PaCO₂ ↓ | HCO₃⁻ variável (compensação lenta)

Definição: Distúrbio primário com diminuição de PaCO₂ (< 35 mmHg) por hiperventilação alveolar, levando a alcalemia. Durante CEC, geralmente é iatrogênica (sweep gas excessivo).

🔬 Diferenciação: Aguda vs Crônica

⚡ AGUDA (< 24h)

pH ↑↑ (muito elevado)
PaCO₂ ↓↓ (reduzido)
HCO₃⁻ Normal ou ↓ leve

Compensação: Mínima. HCO₃⁻ ↓ ~2 mEq/L para cada 10 mmHg ↓ PaCO₂.

🕐 CRÔNICA (> 3-5 dias)

pH ↑ leve (compensado)
PaCO₂ ↓↓ (reduzido)
HCO₃⁻ ↓↓ (compensação renal)

Compensação: Rins excretam HCO₃⁻. HCO₃⁻ ↓ ~5 mEq/L para cada 10 mmHg ↓ PaCO₂.

🔍 Causas

🏥 Durante CEC (Causas Iatrogênicas)

⚠️ Sweep Gas Excessivo

Causa #1 em CEC! Fluxo muito alto → remove CO₂ demais → PaCO₂ cai rapidamente → alcalemia.

Hiperventilação Mecânica

Ventilador com volume corrente ou frequência muito altos antes ou após CEC.

🫁 Fora de CEC (Fisiopatológicas)

  • Hipóxia: resposta compensatória (altitude, pneumonia)
  • Ansiedade/dor: hiperventilação psicogênica
  • Sepse: hiperventilação por estímulo inflamatório
  • Embolia pulmonar: estímulo quimiorreceptor
  • Insuficiência hepática: estímulo central
  • Gravidez: progesterona estimula centro respiratório
  • Febre: aumenta drive respiratório

🔧 Conduta em CEC

1

REDUZIR SWEEP GAS

Diminuir fluxo gradualmente (ex: 6→4→3 L/min). Redução muito rápida pode causar oscilação de pH.

2

TITULAR CONFORME GASOMETRIA

Alvo: PaCO₂ 35-45 mmHg, pH 7.35-7.45. Repetir gasometria em 10-15 minutos após ajuste.

3

EVITAR ALCALOSE GRAVE

pH > 7.55 pode causar arritmias, tetania (↓ Ca²⁺ ionizado), vasoconstrição cerebral e coronariana.

4

TRATAR CAUSA DE BASE (fora CEC)

Se hipóxia: corrigir oxigenação. Se dor/ansiedade: analgesia/sedação. Se sepse: tratar infecção.

⚠️ Consequências Clínicas da Alcalose Respiratória

Vasoconstrição Cerebral

↓ PaCO₂ → vasoconstrição cerebral → ↓ fluxo sanguíneo cerebral → risco isquemia. Especialmente perigoso em pacientes neurológicos.

Arritmias

Alcalemia → hipocalemia relativa → ↑ excitabilidade cardíaca → arritmias ventriculares e atriais.

Tetania e Convulsões

pH ↑ → ↓ Ca²⁺ ionizado → hiperexcitabilidade neuromuscular → espasmos, parestesias, convulsões (se pH > 7.60).

Desvio da Curva de Hb

Alcalose → curva para esquerda → ↑ afinidade Hb-O₂ → dificulta liberação O₂ aos tecidos → hipóxia tecidual paradoxal.

Atenção: Alcalose respiratória é MUITO comum em CEC devido a facilidade de ajuste do sweep gas. Mantenha PaCO₂ entre 35-45 mmHg. Evite "hiperventilar" o oxigenador!

Compensação Renal (Crônica)

Na alcalose respiratória crônica (ex: altitude), os rins compensam excretando HCO₃⁻:

Fórmula: HCO₃⁻ esperado = 24 - [(40 - PaCO₂) × 0.5]

Exemplo: Se PaCO₂ crônico = 28 mmHg → HCO₃⁻ esperado = 24 - [(40-28)×0.5] = 18 mEq/L

Slide 18 de 36

🧮 Anion Gap (Hiato Aniônico)

Ferramenta diagnóstica para acidose metabólica

Conceito: Anion Gap representa a diferença entre cátions e ânions medidos no plasma. Útil para diferenciar causas de acidose metabólica.

📐 Fórmula do Anion Gap

AG = Na⁺ - (Cl⁻ + HCO₃⁻)

Valor Normal: 8-12 mEq/L

(Alguns laboratórios consideram 10-14 mEq/L dependendo do método)

🧪 Calculadora Interativa

🔍 Interpretação do Anion Gap

AG ELEVADO (>12 mEq/L)

Acidose com ACÚMULO de ácidos:

  • Lactato ↑ (hipoperfusão, choque) - MAIS COMUM EM CEC
  • Cetoacidose (diabetes, jejum, álcool)
  • Uremia (insuficiência renal)
  • Intoxicações: metanol, etilenoglicol, salicilatos
  • Rabdomiólise
Mnemônico MUDPILES:
Methanol, Uremia, DKA, Propylene glycol, Isoniazid, Lactato, Ethylene glycol, Salicylates

AG NORMAL (8-12 mEq/L)

Acidose sem acúmulo de ácidos (hiperclorêmica):

  • Diarreia (perda HCO₃⁻ intestinal)
  • Acidose tubular renal (perda HCO₃⁻ renal)
  • Infusão SF 0.9% (acidose dilucional)
  • Acetazolamida (inibidor anidrase carbônica)
  • Fístulas urinárias
Nota: Cl⁻ aumenta para compensar a perda de HCO₃⁻ (manter eletroneutralidade)

🧬 Delta Gap (Gap-Gap)

Para detectar distúrbios mistos, calcule o Delta Gap:

ΔGap = (AG medido - 12) - (24 - HCO₃⁻ medido)

ΔGap < -6

AG normal + acidose metabólica

ΔGap -6 a +6

Acidose AG elevado pura

ΔGap > +6

AG elevado + alcalose metabólica

Aplicação Prática em CEC: Se paciente em CEC apresenta acidose metabólica, calcule AG imediatamente! AG elevado com lactato alto = hipoperfusão → aumentar fluxo e pressão. AG normal = acidose hiperclorêmica (SF 0.9% excessivo) → reduzir infusão de cristaloides.
Slide 19 de 36

🎛️ Simulador: FiO₂

Ajuste de Fração Inspirada de Oxigênio

Objetivo: Durante CEC, ajuste FiO₂ no oxigenador para manter PaO₂ entre 150-250 mmHg. Use este simulador para prever o efeito de mudanças na FiO₂.

⚙️ Simulador Interativo

100 %
21% (ar ambiente) 60% 100% (O₂ puro)

Resultados Estimados

PaO₂ Estimado
380
mmHg
Hiperóxia!
SaO₂ Estimado
100
%
Saturação Completa
Índice de Oxigenação
3.8
PaO₂/FiO₂
Excelente

📚 Princípios Fisiológicos

Relação FiO₂ ↔ PaO₂

Em oxigenador de membrana funcionando normalmente: PaO₂ ≈ FiO₂ × 3.8 (aprox). Ex: FiO₂ 100% → PaO₂ ~380 mmHg.

Saturação de Hb

SaO₂ atinge 100% com PaO₂ > 100 mmHg. Aumentar FiO₂ além disso NÃO melhora saturação, apenas aumenta O₂ dissolvido.

Toxicidade do O₂

FiO₂ 100% por tempo prolongado pode causar lesão pulmonar (SDRA). Em CEC, risco menor (pulmões desinsuflados), mas evite hiperóxia excessiva.

🎯 Alvos em CEC - AmSECT 2023

População FiO₂ Recomendado PaO₂ Alvo Observações
Adultos 60-100% 150-250 mmHg Evitar hiperóxia extrema (PaO₂ > 300)
Pediátricos 60-80% 100-150 mmHg Mais sensíveis à hiperóxia
Neonatos 40-60% 60-80 mmHg EVITAR hiperóxia! Risco displasia broncopulmonar
Atenção: Se PaO₂ < 100 mmHg com FiO₂ 100%, suspeitar de falha do oxigenador! Preparar troca emergencial. Causas: plasma leak, coágulos na membrana, ar no circuito de gases.

Cálculo do Índice de Oxigenação (PaO₂/FiO₂)

Relação PaO₂/FiO₂ avalia eficiência da oxigenação:

> 400: Normal / Excelente 😊
200-400: Disfunção leve 😐
100-200: SDRA moderada ⚠️
< 100: SDRA grave 🚨

Exemplo: PaO₂ 200 mmHg com FiO₂ 0.80 → Relação = 200/0.80 = 250 (disfunção leve)
Durante CEC, relação deve ser > 400 (oxigenador funcionando bem).

Slide 20 de 36

💨 Simulador: Sweep Gas

Ajuste do fluxo de gás no oxigenador

Objetivo: Sweep gas (fluxo de O₂/ar através da membrana) controla a remoção de CO₂. Ajuste para manter PaCO₂ 35-45 mmHg e pH 7.35-7.45.

⚙️ Simulador Interativo

4.0 L/min
0 (CO₂ acumula) 4-5 (típico) 10 (máximo)

Resultados Estimados

PaCO₂ Estimado
40
mmHg
Normal
pH Estimado
7.40
unidades
Ideal
Diagnóstico
Normal

📚 Relação Sweep Gas ↔ PaCO₂

↑ Sweep Gas
↓↓ PaCO₂
↑ pH
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
⚖️
↓ Sweep Gas
↑↑ PaCO₂
↓ pH
ACIDOSE RESPIRATÓRIA

🎯 Valores Típicos em CEC

Adultos

Sweep: 3-6 L/min
Titrar para PaCO₂ 35-45 mmHg. Relação sweep/fluxo sanguíneo ≈ 1:1.

Pediátricos

Sweep: 1-4 L/min
Menor devido a menor superfície corporal. Ajustar conforme tamanho.

Neonatos

Sweep: 0.5-2 L/min
Iniciar baixo e titular. Neonatos têm menor produção de CO₂.

⚡ Ajustes Rápidos

Problema Gasometria Ação Imediata
Acidose Respiratória pH ↓ | PaCO₂ ↑ ↑ Sweep Gas (dobrar se necessário)
Alcalose Respiratória pH ↑ | PaCO₂ ↓ ↓ Sweep Gas (reduzir 30-50%)
pH-Stat em Hipotermia pH ↑ (não corrigido) Adicionar 5-8% CO₂ ao sweep
Dica Prática: Sweep gas age em 1-2 minutos! Ajustes de PaCO₂ são RÁPIDOS. Faça mudanças graduais (0.5-1 L/min por vez) e aguarde 5-10 minutos antes de nova gasometria para evitar overshooting.

Fórmula Empírica para Ajuste

Regra Prática: Para cada 1 L/min de aumento no sweep gas, PaCO₂ diminui aproximadamente 5-8 mmHg (em adultos).

Exemplo: PaCO₂ atual = 55 mmHg, Sweep atual = 3 L/min
Alvo: PaCO₂ = 40 mmHg (precisa ↓ 15 mmHg)
Novo Sweep = 3 + (15÷6) ≈ 5.5 L/min

⚠️ Esta é uma estimativa! Sempre confirmar com gasometria de controle.

Slide 21 de 36

🩸 SvO₂: Saturação Venosa Mista

Monitoramento contínuo da adequação da perfusão

Definição: SvO₂ é a saturação de oxigênio no sangue venoso misto (átrio direito/artéria pulmonar). Reflete o balanço entre oferta e consumo de O₂. Durante CEC, é coletada do reservatório venoso.

📊 Valores de Referência

65-75%
NORMAL
60-65%
ATENÇÃO
<60%
HIPOPERFUSÃO
>80%
SUSPEITO

🧮 Equação de Fick Modificada

SvO₂ = SaO₂ - (VO₂ / DO₂)

Onde: VO₂ = Consumo de O₂ | DO₂ = Oferta de O₂

🔍 Interpretação Clínica

SvO₂ BAIXO (<60%)

Causas:
• ↓ Débito cardíaco/fluxo CEC
• ↓ Hemoglobina
• ↓ SaO₂ (hipoxemia)
• ↑ Consumo O₂ (febre, dor, tremor)

Significa: Extração aumentada = hipoperfusão!

SvO₂ NORMAL (65-75%)

Interpretação:
• Balanço oferta/consumo adequado
• Perfusão tecidual satisfatória
• Hematócrito adequado
• Oxigenação adequada

Manter parâmetros atuais!

SvO₂ ALTO (>80%)

Causas:
• Sepse (↓ extração periférica)
• Hipotermia profunda
• Intoxicação por cianeto
• Shunt esquerda-direita
• Erro técnico (cateter mal posicionado)

Investigar causa!

⚡ Conduta em CEC

🚨 SvO₂ < 60% - AÇÃO IMEDIATA:

  1. ↑ Fluxo de CEC: Aumentar para 2.4-2.8 L/min/m²
  2. ↑ FiO₂: Garantir SaO₂ 100%
  3. Verificar Hematócrito: Transfundir se <20% (alvo 22-25%)
  4. ↑ Pressão de Perfusão: Alvo >65 mmHg (vasopressor se necessário)
  5. Reduzir Consumo: Aprofundar anestesia, tratar tremores, normalizar temperatura
Vantagem do SvO₂: É um monitor CONTÍNUO e PRECOCE de hipoperfusão! Cai ANTES do lactato subir. Ideal para detectar problemas rapidamente durante CEC.
Slide 22 de 36

⚡ Lactato: Marcador de Hipoperfusão

Monitor crítico de perfusão tecidual

Importância: Lactato elevado durante CEC é o marcador MAIS SENSÍVEL de hipoperfusão tecidual e preditor de morbidade/mortalidade pós-operatória.

📊 Valores de Referência

<2
mmol/L
NORMAL
2-4
mmol/L
ELEVADO
4-8
mmol/L
GRAVE
>8
mmol/L
CRÍTICO

🧬 Fisiopatologia

Via Metabólica

Glicose → Piruvato → [Ciclo de Krebs com O₂]

⬇️ SEM O₂ SUFICIENTE ⬇️

Glicose → Piruvato → LACTATO (via anaeróbica)

Metabolismo anaeróbico produz 18x MENOS ATP que aeróbico + acumula lactato e H⁺

🔍 Causas de Lactato Elevado em CEC

Fluxo Inadequado

Mais comum! Fluxo de CEC <2.2 L/min/m² → hipoperfusão → metabolismo anaeróbico.

Pressão Baixa

Pressão de perfusão <60 mmHg → má distribuição do fluxo → isquemia regional.

Hematócrito Baixo

Ht <20% → ↓ capacidade de transporte O₂ → hipóxia tecidual mesmo com bom fluxo.

Hipertermia

Reaquecimento rápido → ↑ consumo O₂ que excede oferta → lactato transitório.

Vasopressores

Doses altas → vasoconstrição esplâncnica → isquemia intestinal/hepática.

Tempo de CEC

CEC prolongada (>3h) → resposta inflamatória → disfunção microcirculatória.

⚡ Conduta Baseada em Níveis

📊 Lactato 2-4 mmol/L

  • Monitorar de perto (gasometria a cada 15-20 min)
  • Otimizar fluxo (2.4 L/min/m²) e pressão (>65 mmHg)
  • Verificar hematócrito e SvO₂

🚨 Lactato 4-8 mmol/L

  • ↑ Fluxo para 2.6-2.8 L/min/m²
  • ↑ Pressão >70 mmHg (vasopressor se necessário)
  • Transfundir se Ht <22%
  • Verificar tempo de pinçamento aórtico
  • Considerar bicarbonato se pH <7.20

☠️ Lactato >8 mmol/L

  • EMERGÊNCIA! Risco de falência múltipla de órgãos
  • Máximo fluxo e pressão toleráveis
  • Considerar ECMO pós-CEC se não responder
  • Informar equipe cirúrgica (avaliar abreviar procedimento)

Clearance de Lactato

Clearance de Lactato = [(Lactato inicial - Lactato final) / Lactato inicial] × 100%

Exemplo: Lactato inicial 6 mmol/L → após 1h = 3 mmol/L
Clearance = [(6-3)/6] × 100% = 50% ✅ Excelente!

Clearance >10% nas primeiras 6h: Bom prognóstico
Clearance <10% ou lactato crescente: Mau prognóstico, intensificar suporte

Dica Prática: Lactato NÃO responde imediatamente! Demora 30-60 min para começar a cair após correção. Se lactato SUBINDO apesar de boas medidas: problema grave (isquemia mesentérica, falha hepática). Considere terminar CEC e reavaliar.
Slide 23 de 36

👨 População: Adultos

Parâmetros de CEC para pacientes adultos

Definição: Pacientes >18 anos. Representa a maioria dos casos de CEC (cirurgias de revasculação, valvares, aorta).

🎯 Parâmetros Principais - AmSECT 2023

Parâmetro Valor Alvo Observações
Fluxo 2.2-2.4 L/min/m² Normotermia. Pode ↓ em hipotermia
Pressão MAP 65-80 mmHg Hipertensos: 70-90 mmHg
Hematócrito 22-25% Mínimo 20%. Transfundir se <20%
Temperatura 32-37°C Hipotermia leve-moderada mais comum
Estratégia pH ALFA-STAT Preferência padrão para adultos

🩸 Alvos Gasométricos

pH

7.35-7.45

PaCO₂

35-45 mmHg

PaO₂

150-250 mmHg

SvO₂

65-75%

Lactato

<2 mmol/L

K⁺

4.0-5.0 mEq/L

Particularidades em Adultos

  • Comorbidades frequentes: DM, HAS, IRC, DPOC - ajustar alvos conforme história
  • Hipertensos crônicos: Manter MAP 70-90 mmHg (autorregulação cerebral desviada)
  • Diabéticos: Controle glicemia 120-180 mg/dL durante CEC
  • Idosos (>75 anos): Considerar fluxo 2.0-2.2 L/min/m², evitar hiperóxia extrema
Slide 24 de 36

🧒 População: Pediátricos

Parâmetros de CEC para crianças (1-18 anos)

Definição: Pacientes de 1 a 18 anos. Cirurgias congênitas, reintervençõ es, ocasionalmente adquiridas. Fisiologia intermediária entre neonatos e adultos.

🎯 Parâmetros Principais - AmSECT 2023

Parâmetro Valor Alvo Observações
Fluxo 2.4-2.8 L/min/m² Maior que adultos (metabolismo ↑)
Pressão MAP 40-60 mmHg Varia com idade. >10 anos: 50-70
Hematócrito 25-30% Maior que adultos para ↑ DO₂
Temperatura 20-35°C Hipotermia profunda se necessário
Estratégia pH pH-STAT* *Especialmente em hipotermia profunda

🩸 Alvos Gasométricos

pH

7.35-7.45

(Corrigido se pH-Stat)

PaCO₂

35-45 mmHg

PaO₂

100-150 mmHg

Menor que adultos

SvO₂

70-80%

Lactato

<2 mmol/L

Glicose

100-180 mg/dL

Evitar hipo/hiperglicemia

Atenção: Crianças têm MENOR volume sanguíneo total! Hemodiluição por CEC é proporcionalmente maior. Prime do circuito deve ser otimizado (minimizar volume). Transfusão frequentemente necessária.

Particularidades Pediátricas

  • Metabolismo acelerado: Maior consumo O₂ e produção CO₂ → fluxo maior
  • Termorregulação instável: Resfriam e reaquecem mais rápido que adultos
  • Hipotermia profunda (<20°C): pH-Stat OBRIGATÓRIO para melhor neuroproteção
  • Hiperglicemia comum: Estresse cirúrgico + imaturidade metabólica
  • Cálcio iônico: Monitorar e repor (crianças consomem mais cálcio)
Slide 25 de 36

👶 População: Neonatos

Parâmetros de CEC para recém-nascidos (<1 mês) e lactentes (<1 ano)

População Crítica! Neonatos (<30 dias) e lactentes (<1 ano) requerem cuidados ESPECIAIS. Fisiologia única, maior fragilidade, menor reserva funcional. Cirurgias cardíacas congênitas complexas.

🎯 Parâmetros Principais - AmSECT 2023

Parâmetro Valor Alvo Observações
Fluxo 2.8-3.2 L/min/m² MAIOR fluxo (metabolismo muito ↑)
Pressão MAP 30-50 mmHg MENOR que crianças/adultos
Hematócrito 30-35% MAIOR para compensar baixo DO₂
Temperatura 18-32°C Hipotermia profunda freqüente (DHCA)
Estratégia pH pH-STAT OBRIGATÓRIO em neonatos

🩸 Alvos Gasométricos Específicos

pH

7.32-7.42

pH basal MENOR

PaCO₂

40-50 mmHg

(corrigido para temp)

PaO₂

60-80 mmHg

EVITAR hiperóxia!

SvO₂

75-85%

Lactato

<2.5 mmol/L

Limite maior aceito

Glicose

80-150 mg/dL

Risco hipoglicemia!

⚠️ Cuidados ESPECIAIS em Neonatos

🚨 Oxigenação

PaO₂ >100 mmHg = HIPERÓXIA!
Risco: Displasia broncopulmonar, retinopa tia da prematuridade, lesão pulmonar. Usar FiO₂ 40-60% apenas.

🩸 Hemoglobina Fetal

HbF tem ↑ afinidade por O₂
Curva desviada à esquerda. Por isso Ht deve ser MAIOR (30-35%) para compensar dificuldade de liberação.

🌡️ Termorregulação

Hipotermia acidental comum
Alta área de superfície/volume. Aquecer circuito, sala, fluidos. Monitorar temperatura continuamente.

💉 Hemodiluição

Volume sanguíneo ≣80 mL/kg
Neonato 3kg = 240mL total! Prime de circuito causa diluição MASSIVA. Usar concentrado de hemácias no prime.

🍭 Glicose

Risco de hipoglicemia
Reservas de glicogênio limitadas. Infusão contínua de glicose 5-10 mg/kg/min. Monitorar a cada 30 min.

🧠 Neuroproteção

Cérebro em desenvolvimento
pH-Stat + hipotermia profunda + perfusão cerebral são CRUCIAIS. DHCA limitado a 30-40 min.

DHCA (Deep Hypothermic Circulatory Arrest): Parada circulatória hipotérmica a 15-18°C usada em cirurgias de arco aórtico neonatal. Tempo máximo seguro: 30-40 minutos. Além disso, risco de lesão neurológica irreversível!
Slide 26 de 36

🏥 Caso Clínico 1: Acidose Metabólica Grave

Hipoperfusão durante CEC

Cenário Real: Caso crítico de acidose metabólica por hipoperfusão. Situação frequente que requer ação imediata!

📋 Dados do Paciente

Paciente: J.S., masculino, 65 anos, 82 kg

Cirurgia: Revascularização miocárdica (RM) - 3 pontes

Momento: 75 minutos de CEC, pinçamento aórtico há 50 min

Parâmetros CEC: Fluxo 2.0 L/min/m², MAP 58 mmHg, Ht 18%, Temp 32°C

🔬 Gasometria Arterial

pH
7.22
↓↓ Acidemia grave
PaCO₂
32
mmHg - Compensando
HCO₃⁻
14
mEq/L - ↓↓
BE
-12
mEq/L
Lactato
5.2
mmol/L - ⚠️ GRAVE
SvO₂
52%
↓↓ Hipoperfusão

🧠 Raciocínio Clínico

1. Diagnóstico

Acidose Metabólica Grave por hipoperfusão (lactato ↑↑). Anion Gap = 140-(105+14) = 21 (elevado) confirma acidose láctica.

2. Causas Identificadas

• Fluxo BAIXO (2.0 vs ideal 2.4)
• Pressão BAIXA (58 vs alvo >65)
• Ht BAIXO (18% vs mínimo 20%)
• SvO₂ crítico (52%)

3. Urgência

pH <7.25 = EMERGÊNCIA! Risco de arritmias fatais, depressão miocárdica, falência de órgãos. Ação IMEDIATA necessária!

🎮 Simulador Interativo: Veja o Efeito das Condutas

Instruções: Clique nos botões de conduta abaixo para ver em TEMPO REAL como cada intervenção afeta os parâmetros do paciente!

📊 Parâmetros em Tempo Real

pH
7.22
Acidemia Grave
Lactato
5.2
mmol/L
SvO₂
52
%
Fluxo
2.0
L/min/m²
MAP
58
mmHg
Ht
18
%

⚡ Conduta Realizada (Passo a Passo)

🚨 AÇÕES IMEDIATAS (0-5 min):

  1. ↑ Fluxo CEC: 2.0 → 2.6 L/min/m² (↑ 30%)
  2. ↑ MAP: Noradrenalina 0.05 mcg/kg/min → MAP subiu para 72 mmHg
  3. Transfusão: 1 unidade concentrado hemácias → Ht 18% → 23%
  4. ↑ FiO₂: 80% → 100% (otimizar DO₂)

⏱️ MONITORAMENTO (10-20 min):

  • Gasometria controle após 15 minutos
  • Bicarbonato 50 mEq IV lento (pH ainda <7.25)
  • Comunicação com cirurgião (considerar abreviar)

✅ RESULTADO (30 min após):

  • pH 7.32 | PaCO₂ 38 | HCO₃⁻ 19 | Lactato 3.1
  • MAP 70 mmHg | SvO₂ 68% | Ht 23%
  • Melhora significativa! Continuar monitoramento.
Lição Aprendida: Acidose láctica grave indica perfusão inadequada. SEMPRE corrija primeiro fluxo, pressão e hematócrito. Bicarbonato é ADJUVANTE, não tratamento principal!
Slide 27 de 36

🏥 Caso Clínico 2: Alcalose Respiratória

Sweep gas excessivo durante CEC

Erro Iatrogênico: Alcalose respiratória por ajuste inadequado do sweep gas. Situação evitável!

📋 Dados do Paciente

Paciente: M.A., feminino, 58 anos, 68 kg

Cirurgia: Troca valvar mitral

Momento: 30 minutos de CEC

Parâmetros CEC: Fluxo 2.4 L/min/m², MAP 70 mmHg, Sweep 6 L/min, Temp 34°C

🔬 Gasometria

pH
7.52
↑↑ Alcalemia
PaCO₂
28
mmHg - ↓↓
HCO₃⁻
23
mEq/L - Normal

🧠 Análise

Diagnóstico: Alcalose Respiratória Aguda (pH ↑, PaCO₂ ↓, HCO₃⁻ normal)

Causa: Sweep gas 6 L/min está EXCESSIVO → remove CO₂ demais

Risco: pH >7.50 pode causar vasoconstrição cerebral/coronariana e arritmias

🎮 Simulador: Ajuste o Sweep Gas

Objetivo: Ajuste o sweep gas para normalizar pH e PaCO₂. Veja em tempo real o efeito da sua decisão!
6.0 L/min
0 (mín) 3-4 (ideal) 10 (máx)

📊 Resultados

pH
7.52
Alcalemia
PaCO₂
28
mmHg

⚡ Conduta

✅ AÇÃO IMEDIATA:

  1. ↓ Sweep Gas: 6 → 3.5 L/min (redução de 40%)
  2. Aguardar 10 minutos
  3. Repetir gasometria

📊 RESULTADO (15 min após):

pH 7.42 | PaCO₂ 39 | HCO₃⁻ 24 ✅ Normalizado!

Lição: Alcalose respiratória em CEC é 100% iatrogênica e facilmente corrigível. Ajuste sweep gradualmente e aguarde estabilização. Não "hiperventilar" o oxigenador!
Slide 28 de 36

🏥 Caso Clínico 3: Hipoxemia Crítica

Falha do oxigenador - EMERGÊNCIA!

EMERGÊNCIA ABSOLUTA: Hipoxemia refratária indica falha do oxigenador. Risco de lesão cerebral e morte!

📋 Situação

Paciente: Homem, 71 anos, CRM

Tempo CEC: 90 minutos

Problema: PaO₂ 85 mmHg com FiO₂ 100%!

PaO₂/FiO₂: 85/1.0 = 85 (SDRA grave se fosse pulmão)

🎮 Simulador: Troubleshooting de Hipoxemia

EMERGÊNCIA! PaO₂ está em 85 mmHg com FiO₂ 100%. Execute as ações de troubleshooting na ORDEM CORRETA!

🚨 Status Atual

PaO₂
85
mmHg
FiO₂
100
%
Tempo CEC
90
min

🔍 Ações de Troubleshooting

🚨 Diagnóstico Diferencial

1. Plasma Leak

Membrana comprometida permite passagem de plasma → interfere troca gasosa. Mais comum >2h CEC.

2. Coágulos

Trombos na membrana → ↓ área funcional de troca. Verificar ACT!

3. Ar no Sistema

Bolhas de ar no circuito de gases interferem com fluxo de O₂ através da membrana.

⚡ Protocolo de Emergência

🚨 AÇÕES IMEDIATAS (segundos contam!):

  1. Comunicar cirurgião: "Oxigenador falhando, preparar troca"
  2. Preparar oxigenador reserva: Perfusionista auxiliar monta novo circuito
  3. ↑ FiO₂ 100%: Já está! Confirmar fluxo de O₂
  4. Verificar sweep gas: Confirmar funcionamento
  5. Verificar ACT: Se <400s, heparina adicional
  6. TROCAR OXIGENADOR: Procedimento de 5-10 minutos

✅ Após troca de oxigenador:

PaO₂ subiu para 220 mmHg com FiO₂ 80%. Problema resolvido!

Importante: PaO₂ <100 mmHg com FiO₂ 100% é indicação ABSOLUTA de troca de oxigenador. NÃO existe outra solução! Cada minuto de demora aumenta risco de lesão cerebral irreversível.
Slide 29 de 36

🏥 Caso Clínico 4: Lactato Progressivo

Hipoperfusão por pressão inadequada

Alerta: Lactato CRESCENTE apesar de gasometria "aceitável" indica problema grave de perfusão regional!

📋 Evolução do Caso

Paciente: Mulher, 69 anos, DVAo + IM

Tempo CECLactatoMAPFluxo
30 min2.8 mmol/L55 mmHg2.2 L/min/m²
60 min4.5 mmol/L ↑54 mmHg2.2 L/min/m²
90 min7.2 mmol/L ↑↑55 mmHg2.2 L/min/m²

🎮 Simulador: Linha do Tempo com Intervenções

Situação Crítica: Lactato subindo progressivamente! Aplique as intervenções corretas e acompanhe a evolução.

📊 Monitorização em Tempo Real

Tempo CEC
90
min
Lactato
7.2
mmol/L
MAP
55
mmHg
Fluxo
2.2
L/min/m²
SvO₂
58%

⚡ Intervenções Disponíveis

🧠 Análise

Problema Identificado: MAP cronicamente BAIXO (55 mmHg) → má perfusão regional → lactato ↑ progressivo

Erro: Fluxo estava "adequado" (2.2), mas PRESSÃO baixa indica má distribuição!

Fluxo alto + pressão baixa = vasodilatação excessiva ou hipovolemia relativa

⚡ Conduta Corretiva

  1. ↑ MAP com Vasopressor:
    Noradrenalina 0.05 mcg/kg/min → MAP subiu para 72 mmHg
  2. ↑ Fluxo: 2.2 → 2.5 L/min/m² (otimizar DO₂)
  3. Verificar Ht: Era 19% → Transfusão 1U → 24%
  4. Monitoramento: Lactato a cada 15 min

✅ EVOLUÇÃO (60 min após):

  • Lactato 4.8 mmol/L (começou a cair! ✅)
  • MAP 70 mmHg estável
  • SvO₂ 71% (antes era 58%)
  • Tendência de melhora confirmada
Lição: Lactato CRESCENTE é sinal de alarme! Não importa se pH está "ok" - perfusão está inadequada. MAP baixo com fluxo adequado indica problema de resistência vascular. Vasopressor + otimização de Ht/fluxo resolvem.
Slide 30 de 36

🏥 Caso Clínico 5: Pediátrico Complexo

Tetralogia de Fallot com DHCA

Caso Especial: Lactente com cardiopatia congênita cianótica. Exemplo de aplicação de pH-Stat e hipotermia profunda.

📋 Dados do Paciente

Paciente: L.M., lactente masculino, 8 meses, 7.2 kg

Diagnóstico: Tetralogia de Fallot (CIV grande, estenose pulmonar grave, hipertrofia VD)

Cirurgia: Correção total (fechamento CIV + ampliação via saída VD)

Particularidade: Anatomia complexa → necessário DHCA para melhor exposição

🎮 Simulador: Fases do Procedimento DHCA

Simulação Pediátrica: Acompanhe as 4 fases do procedimento e observe os parâmetros em tempo real. Procedimento complexo requer precisão!

📊 Status Atual

PREPARAÇÃO
Temperatura
34
°C
Fluxo
2.8
L/min/m²
pH (corrigido)
7.40
PaO₂
65
mmHg
Tempo Total CEC
0
min

🎯 Controle do Procedimento

🎯 Estratégia de Perfusão

pH-Stat

OBRIGATÓRIO em neonatos/lactentes
pH corrigido: 7.40 a 18°C. Adicionado 5% CO₂ ao sweep. Melhor fluxo cerebral e resfriamento.

Hipotermia Profunda

18°C nasofaringe
Resfriamento lento (30 min). Neuroproteção para DHCA. Monitoramento EEG silente.

Hematócrito Alto

32% (vs 25% adultos)
Prime com concentrado hemácias. Compensa baixa SaO₂ pré-op e HbF.

📊 Parâmetros Durante CEC

FaseTempFluxopH*PaO₂
Resfriamento34→18°C2.8 L/min/m²7.4065 mmHg
DHCA18°CZERO--
Reaquecimento18→36°C2.8 L/min/m²7.3868 mmHg

*pH corrigido para temperatura real

⏱️ Timeline do Procedimento

  • 0-30 min: Resfriamento gradual até 18°C com pH-Stat
  • 30-65 min: DHCA por 35 minutos (dentro do limite seguro de 40 min)
  • 65-110 min: Reaquecimento lento (não >1°C a cada 3 min)
  • 110-135 min: Estabilização a 36°C, weaning progressivo

✅ Resultado

🎉 SUCESSO!

  • Saída de CEC sem drogas vasoativas
  • Lactato pós-CEC: 2.1 mmol/L (excelente!)
  • SvO₂ pós-correção: 78% (antes era 45%)
  • Extubação em 12h, alta UTI em 3 dias
  • Sem déficits neurológicos!
Pontos-Chave: pH-Stat + hipotermia profunda permitiram DHCA seguro. Ht alto (32%) crucial para neonatos. Tempo de arresto <40 min. Resultado neurológico excelente comprova qualidade da perfusão!
Slide 31 de 36

✅ Checklist de Monitorização em CEC

Protocolo sistemático de gasometria

Padronização: Checklist baseado em Guidelines AmSECT 2023 para garantir monitorização adequada durante toda CEC.

📋 Protocolo de Coletas

MomentoFrequênciaParâmetros Obrigatórios
Pré-CEC1x (baseline)pH, PaCO₂, PaO₂, HCO₃⁻, BE, Hb, Ht, K⁺, Na⁺, Glicose, Lactato
Durante CECCada 20-30 minpH, PaCO₂, PaO₂, HCO₃⁻, BE, SaO₂, SvO₂, Lactato, K⁺, Glicose, Temperatura
Pós-CECImediato + 1hCompleta + ACT, Fibrinogênio, Plaquetas

🎯 Alvos por Fase

Normotermia (36-37°C)

pH: 7.35-7.45
PaCO₂: 35-45 mmHg
PaO₂: 150-250 mmHg
Lactato: <2 mmol/L
SvO₂: 65-75%

Hipotermia Leve (32-35°C)

pH: 7.35-7.45 (Alfa-stat)
PaCO₂: 35-45 mmHg
PaO₂: 150-250 mmHg
Lactato: <2.5 mmol/L
SvO₂: 70-80%

Hipotermia Profunda (<28°C)

pH: 7.40 corrigido (pH-stat)
PaCO₂: 40 corrigido
PaO₂: 100-200 mmHg
Lactato: <3 mmol/L
SvO₂: >75%

⚠️ Gatilhos de Ação Imediata

🚨 ALERTAS CRÍTICOS:

  • pH <7.25 ou >7.55: Corrigir IMEDIATAMENTE
  • PaO₂ <100 mmHg com FiO₂ 100%: Trocar oxigenador!
  • SvO₂ <60%: Aumentar fluxo/FiO₂/Ht urgente
  • Lactato >4 mmol/L: Otimizar perfusão
  • K⁺ >5.5 ou <3.0 mEq/L: Corrigir
  • Glicose >250 ou <80 mg/dL: Controle glicêmico

Dica Prática

Crie um LOG de gasometrias em papel ou eletrônico. Registre TODOS os valores com horário. Isso permite visualizar TENDÊNCIAS (lactato subindo, pH caindo) que são mais importantes que valores isolados! Gasometria é uma SÉRIE TEMPORAL, não um ponto único.

Slide 32 de 36

🔧 Troubleshooting: Problemas e Soluções

Guia rápido para resolução de problemas comuns

Guia Prático: Respostas rápidas para as situações mais frequentes em CEC. Mantenha este slide como referência!

🔴 Problema: pH BAIXO

1️⃣ IDENTIFIQUE A CAUSA:

Se PaCO₂ ↑ (>45)

= Acidose Respiratória
↑ Sweep Gas imediatamente

Se HCO₃⁻ ↓ (<22)

= Acidose Metabólica
↑ Fluxo, MAP, Ht. Dosar lactato!

2️⃣ SE pH <7.20:

Considerar bicarbonato 50-100 mEq IV (sempre APÓS otimizar perfusão!)

🟡 Problema: pH ALTO

1️⃣ IDENTIFIQUE A CAUSA:

Se PaCO₂ ↓ (<35)

= Alcalose Respiratória
↓ Sweep Gas gradualmente

Se HCO₃⁻ ↑ (>28)

= Alcalose Metabólica
Corrigir K⁺ e Cl⁻. Suspender bicarbonato!

🔵 Problema: PaO₂ BAIXO

🚨 EMERGÊNCIA!

  1. ↑ FiO₂ para 100% (se ainda não está)
  2. Verificar fluxo de O₂ no oxigenador (mangueiras conectadas? Cilindro cheio?)
  3. Se PaO₂ <100 mmHg com FiO₂ 100%: FALHA DO OXIGENADOR!
    → Comunicar cirurgião
    → Preparar troca IMEDIATA do oxigenador

🟠 Problema: LACTATO ALTO

PROTOCOLO SISTEMÁTICO:

1

↑ Fluxo para 2.6-2.8

2

↑ MAP >70 mmHg (vasopressor)

3

Verificar Ht (transfundir se <22%)

4

Controle em 15-20 min

⚠️ Se lactato >8 mmol/L ou CRESCENTE: Considerar abreviar cirurgia ou ECMO pós-CEC!

🟢 Problema: SvO₂ BAIXO

CAUSAS POSSÍVEIS (DO₂ ↓ ou VO₂ ↑):

↓ Fluxo→ ↑ para 2.6 L/min/m²
↓ Hb→ Transfusão se Ht <20%
↓ SaO₂→ ↑ FiO₂ para 100%
↑ VO₂→ Aprofundar anestesia, tratar febre/tremor
Regra de Ouro: Problemas respiratórios (PaCO₂, PaO₂) corrigem RÁPIDO com ajustes de gases. Problemas metabólicos (lactato, HCO₃⁻) levam TEMPO para normalizar (30-60 min). Paciência + monitoramento!
Slide 33 de 36

📖 Guidelines AmSECT 2023

Base científica e recomendações

Base Científica: Todo conteúdo desta aula é baseado nas Guidelines AmSECT 2023 para perfusão cardiovascular. Recomendações com níveis de evidência.

📚 Principais Recomendações

CLASSE I - Evidência Forte

Monitorização de gasometria arterial a cada 20-30 minutos durante CEC
Evidência: Estudos prospectivos demonstram redução de complicações com monitorização frequente.

CLASSE I - Evidência Forte

Alfa-Stat em adultos, pH-Stat em neonatos com hipotermia profunda
Evidência: Múltiplos RCTs mostram melhores desfechos neurológicos com estratégias adequadas.

CLASSE IIa - Evidência Moderada

Manter PaO₂ entre 150-250 mmHg durante CEC em adultos
Evidência: Estudos observacionais sugerem benefício, evitando hiperóxia extrema.

CLASSE IIa - Evidência Moderada

Monitorização contínua de SvO₂ durante CEC
Evidência: Permite detecção precoce de hipoperfusão antes da elevação de lactato.

CLASSE IIb - Evidência Limitada

Uso de bicarbonato em acidose metabólica com pH <7.20
Evidência: Estudos conflitantes. Consenso é corrigir causa antes de administrar bicarbonato.

🎯 Alvos Recomendados - Resumo

pH

7.35-7.45
Classe I
Evitar pH <7.25 ou >7.55

PaCO₂

35-45 mmHg
Classe I
Ajuste via sweep gas

PaO₂

150-250 mmHg (adultos)
60-80 mmHg (neonatos)
Classe IIa

Hematócrito

≥22% (adultos)
≥30% (neonatos)
Classe I

Lactato

<2 mmol/L
Classe IIa
Marcador de perfusão

SvO₂

65-75%
Classe IIa
Monitoramento contínuo

📊 Níveis de Evidência

  • Classe I: Benefício >>> Risco. Procedimento/tratamento DEVE ser realizado.
  • Classe IIa: Benefício >> Risco. RAZOÁVEL realizar o procedimento/tratamento.
  • Classe IIb: Benefício ≥ Risco. Procedimento/tratamento PODE SER CONSIDERADO.
  • Classe III: Risco ≥ Benefício. Procedimento/tratamento NÃO deve ser realizado.

Mensagem Final

As Guidelines AmSECT representam o consenso de especialistas baseado em EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS. Seguir estas recomendações melhora desfechos e reduz complicações. A gasometria é FUNDAMENTAL para perfusão de qualidade!

Referência: AmSECT Standards and Guidelines for Perfusion Practice. 2023. Disponível em: www.amsect.org
Perfusionistas certificados devem revisar as guidelines completas regularmente!
Slide 34 de 36

🎓 Avaliação Final

20 questões randomizadas - Mínimo 70% para certificado

Atenção: Esta avaliação contém 20 questões randomizadas de um banco de 30. Você precisa acertar pelo menos 14 questões (70%) para desbloquear o certificado!
Slide 35 de 36

🏅 Suas Conquistas

🎓
Iniciante
📚
Estudioso
🔬
Cientista
⚗️
Especialista
🏥
Mestre
🏆
Elite
Complete a avaliação com 70% de acerto para desbloquear as badges Especialista, Mestre e Elite!
Slide 36 de 36

🏆 Certificado de Conclusão

Certificado Bloqueado

Você precisa obter pelo menos 70% na avaliação final (slide 34) para desbloquear o certificado.